terça-feira, 2 de março de 2010

De Peito Aberto

Te ofereço meu aperto de mão, e um sincero bem vindo
Junto com toda uma história de longa data, e quem sabe,
Quem sabe dia desses a gente reparte, divide, vive tudo...
Hoje ainda sem medo, sem conhecimentos profundos,
O sorriso, a piada, o lugar que celebramos em comum
A primeira rodada ainda sem pretensões,
Um Respeito mútuo às desconfianças e maus costumes
São bem aceitáveis pelos mais justos instintos defensivos.

Logo te ofereço meu abraço, um doce afago, e o tal calor,
Que esqueço do pouco tempo, de onde veio ou devaneios,
Não vai importar, te convido e te recebo sem muito pensar
Respiramos o mesmo ar, as mesmas canções de ninar
E essas nossas idades, magias, nosso chão pra pisar,
Mesmo que muitas vezes somos capazes de flutuar nele,
Tudo tão espaçoso, feito pra nós, muitas partes por nós,
Porque não fundir os universos, criar nossos ciclos,
Sermos amigos, e poder Ser os dias nas mesmas mãos?

Amanhã entrego minha cumplicidade, minha flor da pele,
Me desarmo, guardo o escudo, a armadura despida
Desfaço meu tão amadurecido e cativado último pé atrás
Rasgo meu peito e abro para quem desejar mesmo entrar,
Sirvo toda minha verdade numa bandeja dizendo bom dia,
Desejo toda a felicidade do mundo, o Amor, a alegria,
Faço confissões secretas que aos meus pais nunca faria

Te adoto, choro meio escondido, te incluo no esconderijo,
Entrego minhas fraquezas, confesso minhas destrezas,
Me faço todo desprotegido, alvo de qualquer maldade...
Só pedindo de volta um todo sincero toque de inocência
Pra valer a pena um coração entregue de Pureza.

(Gabriel Japa)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

A Moça, a Praça, A Prosa, a Flor e o Azul

(Moça vestida de Azul M - Atento Romântico R)

R - Oi, como vai?! Posso me sentar?

M - Sim, claro, a praça é pública. Nos conhecemos?

R - Ainda não sei, tenho uma leve impressão que sim

M - Como Assim está a me falar sentado
ao meu lado sem saberes se me conhece ou não?

R - Simplesmente não sei,
mas imagino que alguém que senta
numa praça sem lago aguarda alguém pra conversar.

M - Como podes saber?
se acha mesmo um sabichão não?

R - Não é bem isso... está vendo aquela
flor no canto da praça? Espera que eu já volto. ; )

M - Sim, eu vejo, mas o que que tem a flor? Não venha
dar uma de galanteador barato pra cima de mim rapaz.

R - É... mesmo assim essa flor é sua. Poderia ser nossa!
Essa praça nunca teve flores, só um ralo gramadinho
que insiste em sobreviver pra formar um belo tapete.

M - Rsrs voce me Parece enigmático homem.
Como conheces tanto e esperas tudo assim dessa flor?

R - Como voce hoje, já passei muitos dias sentado
nessa praça, e penso que essa flor de dia raro
nasceu pra celebrar esse momento, que aliás,
moça que reflete o céu, te ver aqui rebatendo a luz
me mostrou um lindo dia pra reviver esse lugar.
E pelas tantas vezes que passei horas sagradas
aqui sentado conhecendo melhor meu Eu, então,
pensei te conhecer, como eu acredito que me conheço...

Anjo Azul e o Tolo Antiquado (1º Encontro)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Doce Prazer Boêmio

Voce mulher que aparece cheia de surpresa, te odeio
Que chega distribuindo paixão por entre as mesas

Faz charme de solitária que atrai, faz uma fila com teu mel

E eu por mais orgulhoso que seja nao desviei o olhar

Entrei entre os pretendentes só de graça em último lugar

Mirei de longe, sentí calor,
Dei o primeiro gole assistindo o seu,

Tirei sua foto, um agradecimento, e uma sensaçao estranha

Acho que ja te conhecia, talvez nos sonhos, agora é verdade

Bom finalmente te ver,
Doce Prazer conhece-la pessoalmente,

Um brinde, e de fato nesse Ato me despiu em carne viva.

Te Olho com uma maldade que é Novidade

Maldade que assusta minha inocência normal

Espero tua loucura fazer efeito,

Mesmo que seja por um aproveitado abraço demorado,

Já que agora o tempo pra ti não tem limites,

Pra pegar não sua mão suada sem voce notar,

Ou fingindo que não nota porque sabes fingir,
E beijar seu rosto tão bamba contra o vento

Que escorrego em seu pescoço sem querer por querer.


Te admiro pela disputa boemia, grito por mais de voce

Faço uma campanha com musica apelativa,
Formo uma torcida
Te instigo, te desafio, faço uma aposta, ou proposta talvez

Bebe meu ciúme de cada gole seu
Bebe teu reflexo hipnotizante no brilho desse alcool

Bebe tua vida que de imediato te pago outra rodada

Segura firme teu último copo ainda inteiro de Hoje

No meu desejo de que dure, encha essa saideira de mim.


(Gabriel Japa)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Farpas Aniquiladoras de Orgulho

Mesmo que eu siga meu coração
E me arrase tantas vezes, nao escondo,
O amor que ainda te tenho aqui é tao carrasco
Que chega a ser até surpreendentemente bonito...

Tento, juro q tento, com a força que não tenho
Mas tantos pedaços destroçados são dificeis de catar,
Complicado arrancar-te de meu profundo abismo
Sendo ou não no meu raro bruto momento íntimo...

Cada pontada no meu peito, apreciei saboreando
Te lembrei as semanas inteiras
Todos os dias, em todas as horas
E em cada minuto que foi nosso, e só nosso,
Admirando pacientemente o seu sangue frio
E meu iminente sadômasoquismo sem pudores...

Não posso, não devo e não deixarei de admitir
Da Lua cheia que grita mais alto, e vem tao perto
Toda beleza da Alegria covarde,
Compania viciante
Calmaria mais pura que um dia trouxes por mim...

Esse será sempre derradeiramente justamente
Incomparavelmente de se ter lembranças, Maior
Que toda a Tristeza doente das distâncias de hoje,
Te querendo um pedaço sorrindo... Feliz.

(Gabriel Japa)