terça-feira, 2 de março de 2010

De Peito Aberto

Te ofereço meu aperto de mão, e um sincero bem vindo
Junto com toda uma história de longa data, e quem sabe,
Quem sabe dia desses a gente reparte, divide, vive tudo...
Hoje ainda sem medo, sem conhecimentos profundos,
O sorriso, a piada, o lugar que celebramos em comum
A primeira rodada ainda sem pretensões,
Um Respeito mútuo às desconfianças e maus costumes
São bem aceitáveis pelos mais justos instintos defensivos.

Logo te ofereço meu abraço, um doce afago, e o tal calor,
Que esqueço do pouco tempo, de onde veio ou devaneios,
Não vai importar, te convido e te recebo sem muito pensar
Respiramos o mesmo ar, as mesmas canções de ninar
E essas nossas idades, magias, nosso chão pra pisar,
Mesmo que muitas vezes somos capazes de flutuar nele,
Tudo tão espaçoso, feito pra nós, muitas partes por nós,
Porque não fundir os universos, criar nossos ciclos,
Sermos amigos, e poder Ser os dias nas mesmas mãos?

Amanhã entrego minha cumplicidade, minha flor da pele,
Me desarmo, guardo o escudo, a armadura despida
Desfaço meu tão amadurecido e cativado último pé atrás
Rasgo meu peito e abro para quem desejar mesmo entrar,
Sirvo toda minha verdade numa bandeja dizendo bom dia,
Desejo toda a felicidade do mundo, o Amor, a alegria,
Faço confissões secretas que aos meus pais nunca faria

Te adoto, choro meio escondido, te incluo no esconderijo,
Entrego minhas fraquezas, confesso minhas destrezas,
Me faço todo desprotegido, alvo de qualquer maldade...
Só pedindo de volta um todo sincero toque de inocência
Pra valer a pena um coração entregue de Pureza.

(Gabriel Japa)